Iniciamos novembro com os olhos voltados para o nosso fim. No dia 02, comemoramos os fiéis defuntos; dia 03, recordamos que o nosso fim último é Deus e, portanto, somos todos cha- mados a ser santos. São Paulo nos diz: “Na Igreja, todos são chamados à santidade, pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Ts 4,3). O Papa Francisco, na exortação apostólica sobre o chamado à santidade no mundo atual, (Gaudete et Exsultate, 14) completa: “Todos somos chama- dos a ser santos, vivendo com amor e oferecen- do o próprio testemunho nas ocupações de cada dia, onde cada um se encontra. Es um consagra- do ou consagrada? Sê santo, vivendo com alegria a tua doação. Estás casado? Sê santo, amando e cuidando de teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e, competência teu trabalho a serviço dos irmãos. És progenitor, avó ou avô? Sê santo, ensinando com paciência as crianças a seguirem Jesus. Estás investido em autoridade? Sê santo, lutando pelo bem comum e renunciando aos teus interesses pessoais”. Que maravilhosas as palavras do Santo Padre! É o modo de nos santificar na vivência da própria voca- ção e missão, nas responsabilidades específicas, na vida pessoal, familiar e social, sempre com alegria. O Mestre chama todos à santidade, sem distin- ção de idade, profissão, raça ou condição social. Não há seguidores de Cristo sem vocação cris- tã, sem um chamado pessoal à santidade. Deus nos escolheu para sermos santos e imaculados na Sua presença, reforça São Paulo aos Efésios (Ef 1,4). E, para conseguirmos essa meta, é neces- sário que nos empenhemos, num esforço que se prolongará por todos os nossos dias aqui na terra. A santidade é a vivência do amor divino em nós, filhos de Deus, e é a essência da prática do amor a Deus e ao próximo. Portanto, o chamado à santidade é universal, não sendo exclusivo aos padres, freiras, missionários ou pessoas engaja- das nas causas da Igreja. A santidade é um dom de Deus que se constrói no tempo, mediante uma luta exigente. O primei- ro passo para conseguir a santidade é desejá-la, e é necessário que esse desejo seja eficaz, ou seja, que se empregue os meios necessários para con- segui-lo. Jesus Cristo é o modelo de santidade e o Evangelho é o seu testamento. Os santos que já trilharam o caminho da santidade também podem ser modelos, indicando as direções e ajudando a encontrar o modo de caminhar de cada um. E assim que todo cristão é um santificado, um separado para Deus. Mas essa santidade que já possuímos deve, contudo, aparecer no nos- so modo de viver, nas nossas ações e atitudes. Então, ser santo é ser como Jesus, deixando-se guiar e transformar pelo seu Espírito em direção ao Pai. Essa santidade é um processo que dura a vida toda e somente será plena na glória. Procuremos viver neste mundo a santidade! Olhemos para o Céu, onde estão os Apóstolos, os mártires de Cristo, os santos pastores e doutores, as santas virgens e os santos homens. Lá estão muitos, uns conhecidos e reconhecidos pela Igreja publicamente, outros cujos nomes somente Deus conhece. Lá está a Santíssima e Bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe e discípula perfeita do Cristo, toda plena do Espírito, toda obediente ao Pai. Eles chegaram no Céu e intercedem por nós! Eles são nossos modelos! Eles nos esperam! Que Deus nos abençoe e nos dê a graça da santidade!
Zezinho Campanella – Fundador CJCS